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“Minha força vital: o futuro é agora”

Lucas Di Grassi é o piloto mais bem-sucedido da Fórmula E. Mas o piloto da Audi também corre em defesa da mobilidade elétrica fora das pistas. Nesta entrevista, ele nos conta sobre sua busca por um futuro melhor para todos, para a revolução da mobilidade e para seus filhos.

 Foto do Lucas di Grassi por dentro do Audi e-tron GT

Lucas di Grassi, vamos falar um pouco do seu passado para descobrir sua paixão pelo futuro. Onde nasceu seu desejo incontido de modelar o futuro?

Lucas di Grassi: Eu sempre acreditei que as pessoas têm um dever moral e social de lutar para melhorar as coisas em seu meio. Eu, por exemplo, sempre fui apaixonado pelo automobilismo desde criança. E em um determinado momento, eu me dei conta de que a corrida pode ser também uma forma de promover a tecnologia, uma forma de inspirar pessoas e aumentar sua experiência de mobilidade.

Quando foi que você colocou essa ideia em prática?

Eu fundei minha primeira ONG quando eu tinha 22 anos. Eu percebi que dirigia de forma muito mais eficiente – e econômica – que outros membros da minha família. Então, eu queria dar a outras pessoas dicas de direção específicas para que elas pudessem melhorar o modo pelo qual elas dirigiam. Era um projeto pequeno, mas repleto do mesmo espírito dos meus projetos mais recentes. Eu quero usar o conhecimento que tenho sobre a mobilidade e a tecnologia por trás dela para conscientizar e inspirar as pessoas a desenvolver tecnologias mais eficientes.

“Eu quero conscientizar e inspirar pessoas”

Por que isso é tão importante para você?

Minha família é descendente de imigrantes italianos no Brasil. Então, eu tenho sangue italiano – 91% dos meus genes são italianos para ser exato, eu fiz o teste uma vez. Quando meu bisavô veio para o Brasil, a família já era de classe média. Meu pai trabalhou muito e nossa posição social continuou melhorando. Eu tenho muita sorte de nunca ter tido que me preocupar. Eu cresci em um meio ótimo. Ao mesmo tempo, eu sempre senti a necessidade de retribuir um pouco. Isso me motiva. É por isso que eu quero ajudar a moldar o futuro, a fazer o mundo um lugar melhor por meio da tecnologia e inovação. Eu sempre quis ser bem-sucedido. Mas se você é bem-sucedido sem fazer uma contribuição para a sociedade, isso não se sustenta. Não é um legado real. E tem mais...

Sim.

Um problema da sociedade é que as pessoas ainda estão partindo de pontos completamente diferentes. Eu acho que os problemas do mundo basicamente se resumem ao fato de que não há uma igualdade de oportunidades. Se você nascer nas favelas do Brasil, é possível trabalhar para chegar ao topo, mas é muito mais difícil. Ao mesmo tempo, todo mundo é diferente e isso é lindo. Todo mundo pode contribuir com suas preferências e pontos fortes. É isso que eu tento fazer todos os dias. Eu sou um cara muito curioso. Eu tento entender como o mundo funciona. Se eu vejo algo que não entendo, eu pergunto. Eu também leio muito, principalmente sobre assuntos nos quais eu não sou especialista. Eu tento entender as coisas de uma forma objetiva e me tornar uma pessoa melhor.

Lucas di Grassi olhando a traseira do  Audi e-tron GT

Então, você se importa de ir além da sua zona de conforto?

Eu sempre pergunto “por quê?” quando aprendo algo novo. As pessoas costumam ser muito superficiais - elas aceitam o mundo como ele é e não pensam além disso. Mas sempre há uma forma mais eficiente de fazer as coisas. Então, eu sempre questiono qual o principal objetivo de um produto ou processo. Se há uma forma de melhorar. E, se conseguimos otimizar isso nós mesmos, qual tecnologia podemos usar para fazer isso? E se essas tecnologias não existem, como podemos desenvolvê-las. Nesse processo, no começo temos a impressão de que vamos ficar loucos, porque tem muito a ser feito. Mas aí isso se torna muito interessante. E eu sempre quis estar nessa posição. Essa é minha força vital: o futuro é agora.

E como você aprende a identificar potencial?

Ajuda ter conhecimento sobre o assunto. Quanto mais você sabe sobre a tecnologia, mais óbvio fica para onde as coisas estão caminhando e como o futuro vai ser. Considere a mobilidade elétrica. Em 2007, eu ainda não achava que tudo seria elétrico. Mas quando me juntei à Audi, em 2012, tudo já tinha ficado mais claro. Havia os híbridos. E a qualidade de bateria tinha evoluído. Havia uma ideia de aonde a tecnologia estava indo e a criação de Fórmula E e os nossos esforços para conquistar as pessoas foram recompensados com sucesso. Ao mesmo tempo, me alegra muito que as pessoas estejam percebendo que o futuro dos veículos elétricos vai estar aqui mais rápido que muitos pensaram. Geralmente é assim. As tecnologias revolucionárias se desenvolvem em uma taxa exponencial – como foi o caso dos celulares, da internet e da televisão. A mobilidade elétrica ainda encontra desafios. Superamos o problema de percepção porque nós mostramos com a Fórmula E que a mobilidade elétrica pode ser sexy. Muitos fabricantes estão produzindo com a mobilidade elétrica. Não faz muito tempo, estavam rindo da Fórmula E. Hoje, eles querem fazer parte dela.


A revolução da eletromobilidade ainda pode ser parada?

Não. O futuro está aqui – e é brilhante. Não tem discussão. E eu te digo porquê. Não é uma questão se eu prefiro amarelo ou vermelho. A mobilidade elétrica não é uma questão de gosto – ela é um fato. O futuro é elétrico – para tudo, a propósito. Ok, talvez não para foguetes porque o princípio para eles é diferente. Mas, em algum momento, até os aviões podem ser alimentados de forma elétrica.

“A eletromobilidade não é uma questão de gosto – ela é um fato.”

Tem alguma coisa que não te interessa?

Provavelmente não muito. Mas as ciências naturais na verdade me interessam mais que as ciências sociais. Eu quero saber quais são as estruturas básicas que governam o mundo, que influenciam o comportamento humano. Eu tento ficar inteirado sobre a tecnologia, principalmente no campo da física e matemática. Para onde deve ir a sociedade? E como posso garantir que ela vá nessa direção?

Neste momento, você está entrando no futuro com um Audi e-tron GT.

Eu gosto muito dele. É o carro dos sonhos de muita gente, um produto superior que poucos conseguem ter. É um objeto de adoração, algo que faz as pessoas se apaixonaram pela tecnologia. As pessoas se dão conta de que a sustentabilidade provinda de zero emissão direta e a alta performance podem ser aliadas, que elas não precisam ser excludentes. O e-tron GT por si só não vai mudar o mundo. Mas ele cria aspirações. As pessoas conseguem ver do que a tecnologia é capaz. É dessa forma que a mobilidade elétrica vai se tornar convencional. E que vamos mudar o mundo. É o mesmo com a Fórmula E. Essas inovações são inspiradoras, elas ajudam a entendermos como a tecnologia está impulsionando a humanidade. Elas fazem com que a mobilidade do futuro seja tangível – e, consequentemente, uma realidade

Luz traseira do Audi e-tron GT e Lucas di Grassi apoiado na traseira do Audi e-tron GT.

Você é embaixador do meio ambiente da ONU desde 2018. Como isso mudou sua vida?

Me dá credibilidade. Mas o título em si não quer dizer nada. Não é uma conquista por assim dizer. Quando estou em casa, olhando aquela parede, não estou fazendo diferença nenhuma. Preciso ser proativo, fazer contatos, falar com gestores e aumentar meu impacto. Esse papel precisa ser feito - e é isso que estou tentando fazer. Isso casa muito bem com minha filosofia de vida. Quero espalhar minha mensagem de forma eficaz.

Você tem 36 anos e já conquistou muita coisa. Você poderia relaxar. Mas você não é esse tipo de pessoa, né?

Eu tenho muitos objetivos. Estou construindo uma família. Eu tenho um filho de 2 anos e meio e minha filha nasce em fevereiro. Então, minha família está aumentando, o que é um grande desafio. Além de alguns objetivos no automobilismo, minha maior preocupação é criar meus filhos bem. Eu leio muito sobre isso e tento aprender. Ser pai é complicado. Não há instruções científicas claras. Cada um precisa estar motivado da sua forma. Como pai, eu tenho a oportunidade de guiar o desenvolvimento dos meus filhos da forma que eu creio ser correta. Eu quero que eles cresçam amando a ciência, assim como eu. Eu também quero que eles tenham muita curiosidade sobre o futuro. Eu acabei de publicar um livro infantil que eu escrevi. No meu livro, três porcos estão no espaço. A história é sobre trabalho árduo e seus efeitos sustentáveis. O porco que tem uma visão do futuro e trabalha duro salva os outros dois porcos. É isso que importa muitas vezes: dedicação e visão do futuro.

 Foto dos olhos de Lucas di Grassi pelo para-brisa.
Conceito Audi e-tron¹

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¹ Veículo protótipo. As especificações podem variar.

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Nota: * refere-se a informações da DAT em progress.audi